POR GELSON TOMIELLO
As grandes empresas de tecnologia, conhecidas como big techs, estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Elas moldam a forma como nos comunicamos, consumimos informação e interagimos com o mundo. No entanto, o crescimento acelerado dessas corporações levanta uma questão importante: até que ponto seu impacto deve ser regulado para equilibrar inovação e responsabilidade?
No Brasil, essa discussão tem ganhado força nos últimos anos. Redes sociais, que nasceram como espaços para conexão e compartilhamento de ideias, passaram a ser canais onde informações circulam em velocidade impressionante — nem sempre com a devida checagem. Isso tem influenciado a opinião pública e afetado a confiança nas instituições.
Um ponto central nesse debate são os algoritmos que governam o que vemos online. Criados para prender nossa atenção, esses mecanismos frequentemente impulsionam conteúdos mais polêmicos ou chamativos, pois são os que geram maior engajamento. Isso pode criar bolhas de informação e facilitar a propagação de conteúdos duvidosos.
O Brasil, um dos maiores mercados de redes sociais do mundo, enfrenta um desafio extra: a regulação dessas empresas. Muitas delas têm sede no exterior e nem sempre seguem as leis locais. Isso gera um dilema sobre até que ponto as normas brasileiras podem ser aplicadas a plataformas globais. Enquanto as big techs defendem a autorregulação, críticos apontam que esse modelo nem sempre é eficaz para conter práticas prejudiciais.
Outro aspecto importante é o uso das redes para influenciar massas. Técnicas de segmentação de público e mensagens direcionadas são cada vez mais sofisticadas, permitindo que determinados grupos ampliem sua presença e influenciem decisões de grande impacto. Isso levanta preocupações sobre transparência e responsabilidade no ambiente digital.
Diante desse cenário, o Congresso brasileiro discute leis para tornar as big techs mais transparentes e responsáveis pelo conteúdo que circula em suas plataformas. No entanto, encontrar um equilíbrio entre regulação e liberdade de expressão é um desafio. A moderação de conteúdos que incitam ódio e desinformação deve ser conduzida de maneira transparente, sem comprometer o direito fundamental à liberdade de expressão. O objetivo deve ser criar um ambiente digital equilibrado, onde a segurança da informação e a pluralidade de opiniões coexistam de forma harmônica.
O futuro desse debate ainda é incerto, mas uma coisa é certa: à medida que a tecnologia avança, será cada vez mais essencial garantir que o ambiente digital seja um espaço seguro, confiável e benéfico para todos
GELSON TOMIELLO É ADVOGADO, OAB/SC 45.295
Como mãe, fico muito preocupada com o que meus filhos veem e aprendem nas redes sociais. É assustador saber que as big techs lucram com conteúdos sensacionalistas e desinformação, sem se importar com as consequências para a sociedade. Precisamos de regras mais claras para proteger nossas crianças e garantir um ambiente digital mais seguro e responsável. O futuro deles não pode ser influenciado por algoritmos que favorecem a polarização e o medo. Marilete Aschidamini.
O artigo do Dr. Gelson traz uma análise pertinente e necessária sobre o impacto das big techs na democracia brasileira. Com uma abordagem clara e objetiva, expõe os riscos da desinformação e a urgência de uma regulamentação equilibrada para garantir a transparência sem comprometer a liberdade de expressão. A reflexão sobre o populismo digital e a manipulação da opinião pública é essencial para o debate atual. Um texto relevante e oportuno diante dos desafios que enfrentamos. Grande abraço. Dr. Cláudio.
Esse negócio das big techs mandarem no que a gente vê e compartilha é preocupante demais. A gente investe, gera empregos, mas fica refém de algoritmos que priorizam o que dá mais clique, não o que é certo. Tá na hora de ter mais transparência e responsabilidade nesse jogo!
Como professora, vejo todos os dias o impacto do discurso de ódio nas redes dentro da sala de aula. Alunos chegam repetindo fake news, brigando por política e normalizando a intolerância. As redes sociais deveriam educar, não alimentar rivalidades. Precisamos urgente de um ambiente digital mais responsável, porque é a educação que sofre as consequências!